A Hormonioterapia é uma forma de tratamento para certos tipos de câncer que são sensíveis a hormônios. Ela atua interferindo nos níveis hormonais do corpo para controlar o crescimento e a disseminação das células cancerígenas. Saiba mais no artigo!

Importância do equilíbrio hormonal no corpo humano

O equilíbrio hormonal é fundamental para a saúde e o funcionamento adequado do organismo. Hormônios são substâncias químicas produzidas por glândulas endócrinas e liberadas na corrente sanguínea. Eles desempenham papéis cruciais em uma ampla variedade de funções, incluindo:

 

  • Regulação do Crescimento e Desenvolvimento: Hormônios como o hormônio de crescimento influenciam o desenvolvimento físico e o crescimento.
  • Controle Metabólico: Hormônios como a insulina e o glucagon regulam os níveis de glicose no sangue.
  • Regulação do Ciclo Menstrual: Hormônios sexuais como estrogênio e progesterona controlam o ciclo menstrual nas mulheres.
  • Resposta ao Estresse: O hormônio cortisol é liberado em resposta ao estresse e desempenha um papel na adaptação do corpo a situações desafiadoras.
  • Controle da Pressão Arterial: Hormônios como a aldosterona ajudam a regular a pressão arterial.
  • Controle do Sistema Imunológico: Alguns hormônios influenciam a função do sistema imunológico, afetando a resposta do corpo a infecções e inflamações.
  • Função Reprodutiva: Hormônios sexuais como testosterona, estrogênio e progesterona desempenham papéis fundamentais na reprodução e na saúde sexual.

O que é Hormonioterapia?

A hormonioterapia, também conhecida como terapia hormonal, é uma forma de tratamento que utiliza medicamentos para alterar os níveis hormonais no corpo. Essa abordagem é utilizada principalmente em casos de cânceres que são sensíveis a hormônios, como o câncer de mama e o câncer de próstata.

A hormonioterapia baseia-se em três princípios fundamentais:

  • Bloqueio ou Supressão Hormonal: O objetivo é reduzir ou bloquear a produção de hormônios ou impedir que eles se liguem às células cancerígenas. Isso é feito para interromper o estímulo hormonal que pode estar promovendo o crescimento das células cancerígenas.
  • Inibição do Crescimento Tumoral: Ao interferir nos níveis hormonais, a hormonioterapia visa retardar ou impedir o crescimento das células cancerígenas. Em alguns casos, ela pode até fazer com que o tumor encolha.
  • Controle da Progressão do Câncer: A terapia hormonal pode ser usada como tratamento principal ou em combinação com outras modalidades, como cirurgia ou radioterapia, para controlar a progressão do câncer.

Mecanismo de Ação da Hormonioterapia

A “hormonioterapia” atua interferindo nos sinais hormonais que promovem o crescimento de certos tipos de câncer. Seu mecanismo de ação varia dependendo do tipo de câncer e do receptor hormonal envolvido. Vamos abordar isso com mais detalhes:

  • Receptores Hormonais: Cânceres como o de mama e próstata podem ser influenciados por hormônios sexuais, como o estrogênio e a testosterona, respectivamente. As células cancerígenas nesses tipos de câncer têm receptores hormonais em sua superfície.
  • Inibição dos Receptores Hormonais:
    • A hormonioterapia atua bloqueando ou suprimindo a ação dos hormônios ou impedindo que eles se liguem aos receptores nas células cancerígenas.
    • Por exemplo, no câncer de mama que é sensível ao estrogênio, medicamentos como os inibidores de aromatase reduzem a produção de estrogênio ou bloqueiam a capacidade das células cancerígenas de utilizá-lo.
  • Redução do Estímulo de Crescimento: Ao interromper o estímulo hormonal que promove o crescimento das células cancerígenas, a hormonioterapia pode retardar ou mesmo interromper o crescimento do tumor.
  • Redução da Proliferação Celular: Sem a influência dos hormônios, as células cancerígenas podem ter sua capacidade de divisão celular comprometida. Isso reduz a taxa de crescimento do tumor.
  • Indução da Morte Celular Programada (Apoptose):Em alguns casos, a hormonioterapia pode desencadear um processo de morte celular programada nas células cancerígenas, levando à diminuição do tamanho do tumor.

Tipos de Câncer Tratados com Hormonioterapia

Alguns dos principais tipos de câncer tratados com HORMONIOTERAPIA incluem:

  • Câncer de Mama: A hormonioterapia é uma parte essencial do tratamento do câncer de mama, especialmente em casos em que as células cancerígenas expressam receptores hormonais (receptores de estrogênio e/ou progesterona). É usada tanto em casos de câncer de mama inicial quanto metastático.
  • Câncer de Próstata: A grande maioria dos cânceres de próstata são sensíveis a hormônios, especialmente à testosterona. A hormonioterapia é frequentemente usada como tratamento inicial ou como parte do tratamento em estágios avançados ou metastáticos.
  • Câncer de Ovário: Alguns subtipos de câncer de ovário são sensíveis a hormônios, e a hormonioterapia pode ser uma opção de tratamento, especialmente em combinação com outros tipos de terapia.
  • Câncer de Útero (Endométrio): Alguns cânceres de útero têm receptores hormonais, e a hormonioterapia pode ser uma opção de tratamento, muitas vezes em combinação com outras formas de terapia.
  • Câncer de Próstata Avançado ou Metastático: Mesmo quando o câncer de próstata se torna resistente à terapia inicial, a hormonioterapia pode continuar a ser uma parte importante do tratamento.
  • Câncer de Mama Masculino: Embora menos comum, o câncer de mama em homens também pode ser sensível a hormônios e, portanto, responder à hormonioterapia.

Identificação dos pacientes elegíveis para Hormonioterapia

A decisão de iniciar a hormonioterapia é baseada em uma série de fatores, incluindo:

  • Resultados de Testes de Receptores Hormonais: Os tumores são testados para determinar se eles expressam receptores hormonais (como receptores de estrogênio, progesterona ou testosterona).
  • Estadiamento do Câncer: O estágio do câncer e se ele é localizado ou metastático influenciam a decisão de usar a hormonioterapia.
  • Saúde Geral do Paciente: A saúde geral do paciente, incluindo outras condições médicas, também é levada em consideração.
  • Histórico Médico e Medicamentos Atuais: O histórico médico do paciente, bem como qualquer medicação que esteja tomando, pode influenciar a decisão de iniciar a hormonioterapia.
  • Discussão com a Equipe Médica: A decisão de iniciar a hormonioterapia é tomada em consulta com a equipe médica, que avaliará todos esses fatores e recomendará a abordagem de tratamento mais adequada.

Efeitos Colaterais

Os efeitos colaterais da hormonioterapia podem variar dependendo do tipo de medicamento e do paciente. Alguns efeitos colaterais comuns incluem:

  • Fadiga: Muitos pacientes podem experimentar cansaço e falta de energia durante o tratamento.
  • Mudanças de peso: Pode haver ganho ou perda de peso.
  • Mudanças no humor: Algumas pessoas podem experimentar alterações no humor, incluindo depressão ou ansiedade.
  • Ondas de calor: Principalmente em mulheres, podem ocorrer episódios de calor súbitos e sudorese intensa.
  • Alterações na libido: Pode haver uma diminuição do desejo sexual.
  • Alterações na função sexual: Tanto homens quanto mulheres podem experimentar dificuldades sexuais.
  • Alterações no ciclo menstrual: Em mulheres pré-menopáusicas, a menstruação pode se tornar irregular ou cessar.
  • Alterações na densidade óssea: Alguns medicamentos podem afetar a saúde óssea, aumentando o risco de osteoporose.

.É importante que os pacientes relatem todos os efeitos colaterais ao médico para que possam ser monitorados e gerenciados adequadamente. O médico pode ajustar a dose do medicamento ou recomendar intervenções para minimizar o desconforto e melhorar a qualidade de vida durante a hormonioterapia.

Hormonioterapia e Fertilidade

A hormonioterapia pode afetar a fertilidade, dependendo do tipo de medicamento e do sexo do paciente. Abaixo, mostramos o impacto da hormonioterapia na fertilidade e as opções disponíveis para preservá-la:

Mulheres:

A hormonioterapia, em especial em casos de câncer de mama, pode ter um impacto na fertilidade. O tamoxifeno e os inibidores da aromatase podem afetar a função ovariana e reduzir as chances de concepção durante o tratamento. Para preservar a fertilidade, as opções incluem:

  • Congelamento de Óvulos (Criopreservação de Ovócitos): Este procedimento envolve estimular os ovários com medicamentos hormonais para produzir múltiplos óvulos, que são então retirados e congelados para uso futuro em tratamentos de fertilidade.
  • Preservação Ovariana: Em alguns casos, é possível realizar uma cirurgia para remover e preservar parte do tecido ovariano, que pode ser reimplantado no futuro.
  • Consulta com um Especialista em Fertilidade: É importante discutir as opções de preservação da fertilidade com um especialista em fertilidade, que pode fornecer orientações personalizadas com base na situação de cada paciente.

Homens:

Para homens submetidos à hormonioterapia para câncer de próstata, os análogos do GnRH e os antagonistas de androgênio podem suprimir temporariamente a produção de espermatozoides. No entanto, a fertilidade geralmente retorna após a interrupção do tratamento. Algumas opções incluem:

  • Congelamento de Sêmen (Criopreservação de Esperma): Antes de iniciar a hormonioterapia, os homens podem depositar e congelar o sêmen para uso futuro em tratamentos de fertilidade.
  • Consulta com um Especialista em Reprodução Masculina: É aconselhável consultar um especialista em reprodução masculina para discutir as opções disponíveis e planejar adequadamente a preservação da fertilidade.

Casais:

Para casais que desejam ter filhos no futuro e estão enfrentando tratamento com hormonioterapia, é importante discutir suas opções com a equipe médica. Isso pode envolver a combinação de estratégias de preservação da fertilidade para ambos os parceiros, se apropriado.

Lembre-se de que o impacto da hormonioterapia na fertilidade pode variar dependendo do tipo de câncer, do estágio da doença e do tipo de tratamento utilizado. Portanto, é essencial ter uma discussão detalhada com a equipe médica para entender como a hormonioterapia pode afetar a fertilidade e quais opções de preservação estão disponíveis.

Mitos e Verdades sobre a Hormonioterapia

Mito 1: A Hormonioterapia Sempre Causa Efeitos Colaterais Graves

  • Verdade: Embora a hormonioterapia possa ter efeitos colaterais, sua gravidade e incidência variam de acordo com o tipo de medicamento e o paciente. Nem todos os pacientes experimentam efeitos colaterais graves, e muitos podem gerenciar os sintomas com sucesso.

Mito 2: A Hormonioterapia é Sempre o Tratamento Mais Apropriado

  • Verdade: A hormonioterapia é eficaz em certos tipos de câncer sensíveis a hormônios, como o câncer de mama e de próstata. No entanto, nem todos os cânceres respondem a esse tipo de tratamento, e a escolha do tratamento depende de diversos fatores, incluindo o tipo de câncer, estágio da doença e saúde geral do paciente.

Mito 3: A Hormonioterapia Causa Infertilidade Irreversível

  • Verdade: Embora a hormonioterapia possa temporariamente afetar a fertilidade, em muitos casos, a função hormonal retorna após a interrupção do tratamento. Além disso, existem opções de preservação da fertilidade disponíveis para muitos pacientes.

Mito 4: A Hormonioterapia é Igual para Todos os Pacientes

  • Verdade: A escolha do medicamento e do regime de hormonioterapia é altamente individualizada e depende do tipo de câncer, estágio da doença, idade e estado de saúde geral do paciente. A abordagem é personalizada para atender às necessidades específicas de cada indivíduo.
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Perguntas Frequentes sobre Hormonioterapia

Confira perguntas frequentes sobre o tema:

A hormonioterapia funciona de diferentes maneiras, dependendo do tipo de câncer. Geralmente, ela atua bloqueando a produção de hormônios ou interferindo em sua capacidade de estimular o crescimento das células cancerosas. Por exemplo, em alguns tipos de câncer de mama, o hormônio estrogênio pode estimular o crescimento das células cancerígenas. Portanto, a hormonioterapia para esse tipo de câncer pode envolver a supressão dos níveis de estrogênio ou a interrupção da capacidade das células cancerosas de responder a esse hormônio.

Os medicamentos utilizados na hormonioterapia variam de acordo com o tipo de câncer e o perfil hormonal do paciente. Alguns exemplos de medicamentos comuns incluem:

  • Inibidores de aromatase: Utilizados no câncer de mama, esses medicamentos reduzem a produção de estrogênio no corpo.
  • Tamoxifeno: Também usado no câncer de mama, o tamoxifeno atua bloqueando os receptores de estrogênio nas células cancerosas.
  • Análogos de hormônios: Podem ser usados em cânceres de próstata para diminuir os níveis de testosterona ou em cânceres de mama para bloquear a produção de hormônios ovarianos.
  • Agonistas de GnRH: Utilizados em alguns casos de câncer de mama e de próstata, esses medicamentos reduzem a produção de hormônios sexuais.

Sim, a hormonioterapia pode ser uma opção de tratamento para pacientes idosos, dependendo do tipo de câncer, do estágio da doença e do estado geral de saúde do paciente. A idade em si não é um fator absoluto na decisão de utilizar a hormonioterapia, mas outros aspectos individuais, como a presença de condições médicas pré-existentes e a tolerância do paciente ao tratamento, são considerados.

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